A história verdadeira de um dos maiores golpes financeiros de todos os tempos
UM DOS EPISÓDIOS MAIS ROCAMBOLESCOS E EXTRAORDINÁRIOS DE SEMPRE DA HISTÓRIA DE PORTUGAL
Era uma vez um jovem empresário português que estava à beira da falência. Decidiu sentar-se diante da sua máquina de escrever a fim de engendrar um crime impossível. Às 23h30 finalizou as quatro páginas do documento que faria dele, no prazo de um ano, o homem mais rico de Portugal. Tinha, então, 28 anos de idade.
Em novembro de 1924, Artur Virgílio Alves Reis, ou Alves dos Reis, como era mais conhecido, provocou o maior crime financeiro da História de Portugal. Sem recursos, exceto ousadia e audácia, adquiriu o poder de imprimir o dinheiro do seu país. Conseguiu porque tinha a imaginação fértil dos ignorantes, a segurança dos desinformados e a sorte absurda dos principiantes.
Tudo começou de forma simples, com uma falsificação de escala industrial, que escalou descontroladamente – Alves dos Reis formou e capitalizou um banco, o Angola e Metrópole, através do qual a vilania se foi desdobrando e multiplicando, a tal ponto que esteve perto de nunca ter sido descoberta.
O que parecia um plano com pouca eficácia de um homem com muita imaginação, acabou por causar problemas macroeconómicos inesperados. Desde o grande terramoto de 1755 que Portugal não sofria um abalo económico tão profundo.
O valor da fraude foi calculado nuns extraordinários 2,6% do PIB da época. Nenhum outro golpe financeiro à escala global chegou sequer perto desse porte.
Murray Teigh Bloom (1916-2009)
Escritor e jornalista americano, nasceu em 19 de maio de 1916 em Nova Iorque. Recebeu o prémio de 50º aniversário da Columbia University Graduate School of Journalism, 1963, entre outros. Foi nomeado Profissional Excecional na Associação para a Educação em Jornalismo em 1994. Bloom serviu ainda no Exército dos Estados Unidos entre 1942 e 1946.
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