Escreva a sua biografia e conheça-se melhor
Que significado têm as experiências que vivemos em cada fase da nossa vida? Segundo Gudrun Burkhard, cada ciclo de sete anos tem muito para nos revelar. Eis aquilo que nos propõe a autora no livro A Vida nas Próprias Mãos.
O trabalho biográfico é uma ajuda para todos os que querem aprofundar o seu autoconhecimento e, em simultâneo, desenvolver interesse e compreensão pelos outros e as suas situações de vida. (pág. 11)
A nossa biografia é como um rio que, ao escolher o canal por onde melhor flui, pode fazer vários caminhos. Aos poucos, percebemos que somos nós quem constrói o nosso próprio destino. Em vez de sermos marionetas, um barco sem rumo que o mar leva para qualquer praia, aprendamos a agarrar firmemente o leme e a conduzir o navio para o porto que nós mesmos escolhermos. (pág. 13)
Muitos fazem psicanálise, durante a qual as fases difíceis são minuciosamente analisadas ou trabalhadas, mas esquecidas as fases boas ou o lado positivo de cada fase difícil. A visão global da biografia permite, pelo contrário, analisar o todo, e não apenas as sombras. Permite perceber o quanto de bom e de luz houve na nossa vida. (pág. 19)
Dos 0 aos 21 anos: a preparação para a vida. Esta grande fase é marcada por três septénios: o primeiro, até à maturidade escolar, por volta dos sete anos; o segundo, até à puberdade, por volta dos 14 anos; o terceiro, até à maioridade, aos 21 anos. Estes períodos são marcados por grandes modificações biológicas e fisiológicas. (…) Nas fases seguintes, dos 21 aos 42 anos e dos 42 aos 63, esse crescimento é interior, já não palpável. (pág.45)
Dos 21 aos 42 anos, muitas coisas do passado são recuperadas e trabalhadas. (pág. 81)
Nesta fase da vida (dos 21 aos 28 anos), as nossas emoções são muito oscilantes; ora estamos lá em cima, quando recebemos um elogio, ora estamos lá em baixo, quando recebemos uma crítica. É por isso que esta fase é também chamada de fase emotiva. (pág. 95)
Profissionalmente, esta fase tem por tónica o desenvolvimento de competências técnicas. Temos de aprender a trabalhar; realizar várias tarefas e, pelo exercício das mesmas, fazê-las bem, adquirindo novas competências. Nesta fase dos 21 aos 28 anos, formamos a base para as fases que se seguem, tanto profissional quanto afetivamente. (pág. 97)
A vida, nesta fase dos 21 aos 42 anos, é como uma pedra bruta que precisa de ser lapidada e, quanto mais o é pelos relacionamentos com os outros, mais a sua luz espiritual brilha (e vai brilhar ainda mais após os 42 anos), podendo tornar-se visível. (pág. 82)
Nesta fase (dos 35 aos 42 anos), o ser humano aproxima-se mais da essência das coisas. (pág. 119)
Dos 42 aos 63 anos: a realização da vida. Aos 37 anos, o segundo nodo lunar, a existência do propósito no ser humano torna-se cada vez mais consciente. (…) Agora, o foco é a contribuição para o todo, para a humanidade. (pág.135)
Algumas perguntas relativas ao septénio dos 42 aos 49 anos:
- Estou a desenvolver alguma criatividade nova? Em que área?
- Estou à procura (ou já encontrei) um novo hobby para esta fase?
- O que deixei para trás em aptidões, potenciais e talentos que agora posso e quero resgatar?
- No meu trabalho, estou preocupado(a) com os meus sucessores?
- Como está o meu casamento? O meu relacionamento? A relação com os meus filhos? (pág. 141)
Cada etapa da nossa vida tem influência no nosso pensamento, nas nossas relações e na nossa existência. Através de um trabalho consciente e ativo de análise da nossa própria história, guiados pela autora do livro A Vida nas Próprias Mãos, todos podemos descobrir quem somos verdadeiramente e de que forma podemos transformar-nos naquilo que realmente queremos ser.
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