Venha daí ouvir o canto das montanhas. E prepare-se para uma viagem fascinante pelo Vietname.
Quando as Montanhas Cantam é muito mais do que a história de uma família e de um país, é um retrato vívido e realista da cultura vietnamita.
Aclamado pela crítica e pelos leitores, Quando as Montanhas Cantam é um romance predestinado a tornar-se um clássico. É difícil escrever sobre ele porque é difícil ficar indiferente a uma história que se divide entre o desespero e a angústia, a esperança e o perdão.
Acompanhando a história de três gerações da mesma família, revisitamos a História recente do país, a sua cultura e as suas tradições. Fazemo-lo através das memórias de Diêu Lan, que perdeu os pais e as terras da família durante a Reforma Agrária, atravessou a Grande Fome e regressa agora a Hanói para reconstruir o que sobrou da sua antiga casa, entretanto reduzida a escombros devido à Guerra.
Com os filhos em parte incerta, resta-lhe apenas a neta, a jovem Huong, a quem vai contando a sua história de luta e sobrevivência. Guiados pelas suas memórias, recuamos ao período da desapropriação violenta das terras, às invasões estrangeiras e à guerra civil promovida pelo governo comunista.
A viagem é absorvente e emocionante. Há dor e angústia em cada passo. E pequenos vislumbres de esperança a alumiar o caminho de ambas. Diêu Lan sonha com o regresso de todos os filhos, Huong com o reencontro com os seus pais e tios.
É nesta realidade brutal e crua, tão distante e tão sentida, que mergulhamos. Fazendo uso de uma arte ao alcance de poucos, Nguyễn Phan Quế Mai deixa-nos emocionalmente destroçados e, ao mesmo tempo, irremediavelmente rendidos à história das suas gentes.
A utilização da língua e de muitos provérbios vietnamitas ao longo do livro contribuem para esse ambiente absorvente e para um certo sentimento de identidade, qualquer que seja a língua do leitor. Escrito de forma lírica e emocionante, Quando as Montanhas Cantam é pois um romance marcante e memorável que nos convida para uma fascinante viagem ao sudeste asiático.
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